Wednesday 7 January 2009

#5

Este texto não é necessariamente uma coisa má, nem tampouco é uma queixa ou um desabafo de uma mágoa qualquer; não, este texto pretende ser só uma constatação.
Tenho, finalmente, as minhas ideias, os meus objectivos (por mais utópicos e inverosímeis que pareçam, existem), neste momento: fazer a revista literário-artística/qualquer-coisa-assim, ir mantendo os blogs mas, sobretudo, o lonely gigolo, com pelo menos um texto por dia (e tentando compensar, nos dias em que escrevo, pelos outros, em que não escrevi nada), ainda que só saia porcaria, ir saindo com os amigos, ouvindo, sempre que possível, música nova, vendo o máximo de filmes independentes possível, o máximo de teatro possível, o máximo de espectáculos possível. Mas, quanto à premissa de manter os blogs e, em última análise, ir escrevendo mais, quero explanar. Acontece que passei mesmo muito tempo sem escrever, pelo menos sem escrever tão regularmente, e perdi mesmo muito tempo só a desculpar-me, enquanto procurava razões para não ir escrevendo. "É uma fase, isto passa, é só falta de inspiração", "É de não ler nada", "É de estar desmotivado", "É de não ter ninguém na minha vida", "É de ter gasto todas as palavras com algumas pessoas e agora não sobrar nada", "É de já não ser acompanhado pelos meus Amigos da faculdade", "É de não poder partilhar isto com ninguém daqui", "É da falta de tempo", "É de jogar demasiados jogos de vídeo", "É de não me sentar e escrever", "É de ter sabido deixar de pensar", "É de estar afastado do mundo das letras", "É de ser um incompreendido", "É de não ter jeito e ver tanta gente que faz isto melhor que eu", "É desmotivação por ninguém me dizer nada, e eu não escrevo para a gaveta", "É de não saber a técnica disto", "É de ficar acordado noites seguidas", "É de dormir demais"... enfim, eu perdi mesmo MUITO, muito - demasiado - tempo nestas conjecturas e, um destes dias, falando com uma grande Amiga (que tantas vezes, e ainda hoje quero um bocadinho, quis que fosse mais que isso, da amizade, e tal), e ouvindo-a dizer "eu escrevo e sei que às vezes até posso nem estar a escrever nada de jeito, mas não me interessa, escrevo porque, olha, porque gosto, porque me sinto bem a escrever", cheguei à conclusão que não sei porque é que escrevo. Mas a verdade é que, se calhar, não me devo ralar com isso! Eu sei que escrevo relativamente bem, mesmo que me repita na temática, nas imagens, nas metáforas, no intuito dos textos (sendo que muitos deles parecem cópias uns dos outros...), por isso, o que me importa é apostar nisso, é ir escrevendo mais, tentando mais, por mais que "esteja pior do que antes", por mais que "já não me saia nada de novo", por mais que "ninguém me leia"... tem de ser, independentemente das razões de escrever, ou não. Reconheço que já há muito tempo deixou de ser por prazer, mas também não é uma coisa que faça com esforço... faço... porque sim, porque se dá que o faço e, quando o faço, faço-o com entrega e relativa facilidade. Daí que queira apostar nisso. Trabalhar nisso, ser - tentar, pelo menos - cada vez um bocadinho melhor nisso. O máximo possível. Lutar por isso, já que tão pouco mais parece valer a pena, nesta coisa da minha vida...
Espero, um dia, poder convidar todos os amigos dos blogs, todos os amigos que lêem ou leram os meus cadernos, todos os amigos de noites fora, todos os amigos que não vejo há tanto tempo, todos os amigos que vejo quase todos os dias para o lançamento dessa coisa que há-de ser o meu Livro. Que já existe, de certa forma, a ser enviado para editoras sleccionadas, após pronta revisão.
Mais uma vez, um sentido Obrigado pela companhia, pela paciência, pela amizade! Não é que seja necessário, mas deixo, novamente, os links para os meus blogs de jeito (i.e., os blogs não-apenas de desabafo, os blogs de estrutura mais formal e ordenada, que pretendem apenas ser uma montra das coisas que existem em mim e que se vomitam em tons estelares cá para fora):

lonely gigolo
exanimatus
conFusão (conjunto)
ossa et cinera (conjunto - extinto, mas MUITO relevante)

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